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Pressão estética, autoimagem e alimentação

  • Foto do escritor: Ju Arcanjo
    Ju Arcanjo
  • 12 de jun. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de jun. de 2024


Tenho atendido muitas pacientes que falam sobre um grande desconforto com o próprio corpo e têm uma relação tensa com a alimentação. Elas se sentem culpadas, constrangidas e inadequadas. Algumas estão com sobrepeso, têm episódios de compulsão alimentar, outras se exercitam e alimentam com uma disciplina militar. O que todas têm em comum é que nunca ficam satisfeitas. E nunca vão ficar. Quando uma pessoa entra na lógica da beleza padrão (e a maioria das mulheres entra), é impossível ficar satisfeita, pois a beleza padrão não é humana.


Insatisfação com a própria imagem (muitas vezes distorcida) e tensão alimentar andam lado a lado nesse cenário. Nós, mulheres, somos alvo de uma enorme pressão estética (nesse tema recomendo o livro clássico “O mito da beleza: Como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres”, de Naomi Wolf), que nos deixa frequentemente inseguras com nossa imagem e com a sensação que qualquer brigadeiro é uma infração digna das mais altas punições morais.

A coisa só piora com as soluções mágicas que aparecem, na intenção de se obter o corpo almejado a qualquer custo: dietas restritivas (algumas até malucas e perigosas) e insustentáveis a longo prazo, que só aumentam a culpa e a tensão diante da alimentação e travam a vida social da pessoa, pois todo evento é regado de comidas “erradas”. O que essas dietas não fazem é promover uma reflexão sobre a construção da relação com a alimentação que aconteceu ao longo da vida, ou uma investigação na história da pessoa sobre pressão para ser mais ou menos magra, episódios de gordofobia e pressão estética ou até mesmo situações traumáticas que possam estar na base dessa relação adoecida com o próprio corpo.

Esse é justamente o trabalho de uma psicoterapia nessas situações: entender as bases do comportamento e do desconforto, em um trabalho interdisciplinar com a nutricionista comportamental. A partir da lucidez e do entendimento do que estimula padrões adoecedores, surge a possibilidade da escolha, da autonomia, da formação de novos comportamentos e de uma relação mais harmônica e generosa consigo mesma. Conte comigo!


 
 
 

1 comentario


ananda christo
ananda christo
21 jun 2024

Excelente texto com reflexões super importantes. Obrigada!

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